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Redação

Após negociações com Lira, Célia Xakriabá fará parte da comissão externa para acompanhar a situação dos Yanomami

A deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) será membro da Comissão Externa autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para acompanhar a crise humanitária que atinge os povos indígena Yanomami.




A criação da comissão gerou polêmica por ser formada por parlamentares bolsonaristas que votaram a favor do Marco Temporal das terras indígenas, em maio passado. A única exceção fica por conta da deputada Gisela Simona (União-MT), que não participou da votação.


A participação da deputada Célia Xakriabá foi decidida após a interlocução da líder do Psol, deputada Érika Hilton, junto a Lira.


“Era contraditório eu ser uma parlamentar indígena e não fazer parte dessa comissão que diz se preocupar com a condição dos Yanomami. Tem que ter os dois lados”, disse a deputada sobre a sua participação. “Como está, é uma comissão violenta que tem um recorte direto muito mais para monitorar, para criminalizar o povo yanomami ou quem é que esteja realizando ações lá.”


A deputada diz que é “desumano” a oposição buscar uma pauta como a dos yanomami para contrapor e questionar o governo Lula. “Essa mesma comissão que votou toda ela a favor do marco temporal dizer agora que está preocupada com a questão yanomami é incoerente.”


Célia explicou que reivindicou a sua participação na comissão externa por ser uma responsabilidade, enquanto parlamentar indigena, de participar da composição para a defesa dos povos yanomami.


“Fui a primeira parlamentar a ir ao território Yanomami em 2023 para acompanhar de perto a gravíssima crise enfrentada por aquele povo causada pelo aumento de 54% do garimpo ilegal em suas terras e pelo genocídio incentivado pelo governo de Bolsonaro. Seria no mínimo ilógico que eu não fizesse parte desta comissão.”

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